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As mulheres tem empreendido mais que os homens?
postado dia 12 de Maio de 2018
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São muitos os assuntos polêmicos que estão fazendo parte do Brasil, atualmente: Corrupção no governo, Igualdade de gênero, Empoderamento feminino, Liberdade de expressão. Enfim, venho acompanhando, refletindo e acima de tudo me incomodando com a parte que mais me toca: que são as informações diretamente ligadas à família.

Tenho ouvido de tudo: mulheres dizendo que não querem ser taxadas de princesas. Que a arte inclui crianças sendo expostas à pornografia. Até que, em uma reportagem, de uma emissora conceituada, ouvi dizer que as mulheres têm empreendido mais do que os homens. Achei estranho, fiquei intrigada e me perguntei de onde havia vindo este dado.

Como aprendi que nem tudo que passa na tv deve ser engolido sem antes ser bem mastigado, nunca absorvo sem antes averiguar e por isso resolvi pesquisar. Diante de tanta informação jogada a esmo senti a necessidade de me pronunciar, validando a premissa de que "nem tudo é o que aparenta ser".

Por ser empreendedora juntamente com meu marido, já vinha, mesmo que inconsciente, avaliando nossos clientes há algum tempo. Eles são 99,9% empresas e já havia constatado algo interessante, percebido que a grande maioria são de homens que utilizam os nomes de suas mulheres para empreender. Os CNPJs são abertos pelas mulheres mas, as empresas administradas pelos homens.

 
 

Então, assim como eu, você pode se perguntar: porque isso está acontecendo?

Por que os homens que lutam para empreender nesse país, na grande maioria pequenos empresários que não desistem, sofrem, passam humilhação, e quando se veem encurralados pela dificuldade de continuar empreendendo, quase fechando suas portas, são obrigados a utilizar os nomes de suas mulheres, esposas, irmãs, e até amigas... para poder prosseguir.

Não estou querendo dizer que algumas dessas mulheres não tem seus méritos, ou que uma boa parte delas não empreendam "de verdade". Não é isso! Meu questionamento, e até a exposição deles aqui, não é para desmerecer ninguém. Mas, sinceramente acho, e não apenas eu, que nós mulheres deveríamos observar mais atentamente para as situações apresentadas. Ver o que está por traz de tanta maquiagem. Pois, para uma mulher desavisada ligando a tv, vendo a matéria do crescimento exponencial das empreendedoras no Brasil, o poder de influência que esse dado impõe sobre ela é muito grande. Porque ninguém gosta de se sentir um “peixe fora d’água”, não é mesmo? Com isso, muitas optarão por trabalharem fora e, cá entre nós, muitas já saíram de casa o suficiente, causando uma desordem familiar sem precedentes, como explica o Dr. Daniel Goleman.

 
 

Contudo, o que me aborreceu de verdade, foram as informações negativas ocultadas, informações absurdamente relevantes, mas que foram descartadas:

O que NÃO foi dito é que um percentual significante de empresas abertas pelas mulheres perdem produtividade ao longo dos anos e não prosperam como as dos homens. Isso ocorre porque a mulher perde força, principalmente pela jornada dupla de trabalho. É duro conciliar empresa, família, casa...

Mas, porque algo tão importante como isso não é dito? Porque uma emissora aborda esse assunto como se fosse a melhor coisa do mundo? Porque ela não toca nos pontos críticos? Maquiam e fingem que eles não existem?

A única explicação plausível, para isso, é que a instituição por traz dessa matéria não está nem aí para a família. Como diz o ditado: “Querem ver o circo pegando fogo”. Essa é a resposta.

 
 

O intuito dela é: vamos arrastar o máximo de mulheres de suas casas, vamos fazer elas dizerem não à maternidade (ratificam que o sucesso profissional é caminho oposto à maternidade), vamos deixar seus filhos à mercê da educação de baixo nível.

Baixo nível? Alguém com mais recursos financeiros pode questionar. - Trabalho, ganho e proporciono a melhor educação, pago a melhor escola para meu filho!

Baixo nível, sim! Por quê, o que trouxe estabilidade emocional às crianças, nunca foi uma escola cara que o dinheiro pôde pagar, mas a presença do pai e da mãe na criação dos seus filhos.

 
 

Daniel Goleman, Psicólogo e Cientista, ph.D, autor do livro que fala sobre a Inteligência Emocional, apresentou dados de uma amostragem nacional, indicando que em apenas uma década, entre 1970 e 1980, houve um declínio expressivo de bem estar nas crianças americanas. Elas estavam mais perturbadas, sofriam de solidão e ansiedade, decorrente da ausência dos pais que passavam mais tempo no trabalho do que em casa.

Ele e uma leva de pesquisadores afirmam que a Inteligência Emocional, o equilíbrio interno, sempre foi tradicionalmente transmitida nos momentos da vida cotidiana - com a presença dos pais e os parentes, e nas brincadeiras livres.

 
 

Outros fatores relevantes que essa emissora não revelou, são que, a grande maioria dessas mulheres optaram por empreender por serem as únicas responsáveis pela renda familiar e por causa da falta de emprego, atualmente. Decidiram, muito mais, pela necessidade, do que por opção. Ela não disse também que seus setores de atuação são resumidos em apenas quatro. * Essas empreendedoras distribuíam-se nos setores de: serviços domésticos (13,5 %) , cabeleireiros ou tratamento de beleza (12,6 %), comércio varejista de vestuário e acessórios (12,3 %) e eventos e bufê (10,3%)*, que no meu ponto de vista, são os mais comumente chamados de “serviço braçal”. Os demais setores estão quase que intransponíveis.

 
 

Por isso estou aqui falando desse assunto com você. Porque, quanto mais escondemos as dificuldades e só mostramos o lado positivo, fazemos com que muitas tomem decisões precipitadas. Quanto maior for o incentivo só focado na "cereja do bolo", maior é a adesão. E adesão sem conscientização, sem sobriedade, sem conhecer os dois lados da moeda, é danoso.

Se não mostrarmos a principal “contra indicação da mulher fora de casa” nenhuma delas poderá escolher conscientemente na decisão que deverá tomar e causaremos estragos irreparáveis que danificarão uma geração inteira.

 
 

Se você tem opção, não estiver agindo por necessidade, pense um pouco mais na sua família, sobre o tempo que você reservará para a criação dos seus filhos e escolha o momento certo para empreender, se este é o seu sonho.

*Estes dados apresentados aqui estão na pesquisa global coordenada no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).

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